Rio de Janeiro – SuoViaggio Edição n. 15
Zélia Rodrigues - PublisherRevistas Américas, Brasil, Revistas 2018
Rio de Janeiro
A beleza das suas cores e das suas curvas caprichosas que acabam por esculpir formas perfeitas. E uma gente alegre, sorridente e de bem com a vida! Talvez seja por causa do mar, talvez por causa do clima quente na maior parte do ano, ou talvez seja o Cristo que, do alto da cidade, abençoa os cariocas diariamente, mas o fato é que não tem violência, crise nas contas públicas, trânsito ou outro problema da cidade que abale o bom humor e a vontade de aproveitar o melhor da vida dos cariocas.
Essa alegria, esse modo de ser, ganhou o Brasil e o mundo em 2016 por causa das Olímpiadas.
Rio de Janeiro
Uma cidade de muitas facetas e encantosA beleza das suas cores e das suas curvas caprichosa que acabam por esculpir formas perfeitas. E uma gente alegre, sorridente e de bem com a vida! Talvez seja por causa do mar, talvez por causa do clima quente na maior parte do ano, ou talvez seja o Cristo que, do alto da cidade, abençoa os cariocas diariamente, mas o fato é que não tem violência, crise nas contas públicas, trânsito ou outro problema da cidade que abale o bom humor e a vontade de aproveitar o melhor da vida dos cariocas. Essa alegria, esse modo de ser, ganhou o Brasil e o mundo em 2016 por causa das Olímpiadas.
O Rio de Janeiro é aquela cidade cheia de contradições. Mantém com seus habitantes e visitantes uma relação de amor e ódio. Alguns a amam; outros a odeiam. Fato é que não se pode ser indiferente a uma cidade como o Rio! Confesso que eu mesma não me encantei pelo Rio na primeira vez que estive por lá – nem na segunda, nem na terceira –, só fui me entregar mesmo aos encantos da cidade quando a visitei com o meu marido. Provavelmente por ser italiano, ele conseguiu me transmitir a beleza de uma cidade com diferentes facetas, sem preconceitos, sem reservas. Me lembro perfeitamente da bronca que levei porque queria ir embora sem deixar que ele fizesse seus banhos de mar em Ipanema e em Copacabana. Eu com a cabeça nos arrastões, já ele, muito mais esperto que eu, atento às garotas de Ipanema – e também de Copacabana, do Leblon, da Barra…
Bronca registrada, tratei logo de abrir o coração e encarar o meu medo de altura para subir ao Pão de Açúcar. Ao entrar no bondinho, enquanto as pessoas disputavam o lugar mais próximo do vidro para poder apreciar a vista, eu me coloquei logo no meio, me agarrei à barra de ferro e fechei os olhos até a primeira parada daquele troço no Morro da Urca. Em terra firme, me senti mais segura para curtir a vista da praia Vermelha e do Flamengo que já se tem de lá. Primeira parada superada, era a hora de encarar a subida até o destino final: o Pão de Açúcar. Mãos na barra de ferro, olhos fechados e lá vamos nós de novo! Quando finalmente cheguei em um dos picos mais famosos do mundo e olhei a Baía do Guanabara ali embaixo, me rendi à beleza do Rio. Tantas vezes vi aquela imagem estampada nos cartões postais da cidade, tantas outras vezes a vi em imagens aéreas do Rio, mas a sensação ao ver a bela vista da Baía de Guanabara do alto do Pão de Açúcar é única, como se a visse pela primeira vez. Dali também se vê o outro cartão postal da cidade, o Corcovado com o Cristo Redentor de braços abertos para a cidade.
Com mais amor no coração e coragem para encarar a altura, segui para o Corcovado. Ao conversar em português na estação Cosme Velho, de onde parte o trenzinho para subir ao Corcovado, tive a impressão de estar no exterior, pois com o enorme fluxo de turistas estrangeiros em uma das maiores atrações turísticas do Brasil, a língua oficial se torna o inglês. Mas essa sensação passou rapidinho, assim que embarquei no trenzinho e comecei a apreciar pela janela parte da nossa Mata Atlântica que fica no Parque da Tijuca ao som de um grupo de pagode. A animação correu tão solta durante todo o percurso que nem me dei conta dos 20 minutos que levamos até o topo do Corcovado. Uma vez lá em cima, fui recebida pelo Cristo Redentor de braços abertos e mais um milhão de esbarrões de gente de todo o mundo disputando o melhor ângulo para fazer a foto de família ou a selfie com o dono da casa. Vendo o Pão de Açúcar e a Baía da Guanabara daquele ponto, o Maracanã com todo o seu histórico de grandes jogos e vários outros belos pontos da cidade, é impossível escapar do clichê de que o Rio continua lindo!
Depois de ver o Rio de cima, chegara a hora de explorar a cidade por baixo. Se eu fosse uma amante de bikes, certamente teria alugado uma para passear ao redor da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas como tenho um trauma de infância desse “perigoso” meio de transporte, fiz uso dos meus bons e velhos pés para percorrer os seus 8 kms de extensão. Uma delícia! Sem pressa e com um céu de brigadeiro, fui curtindo a paisagem e observando locais e turistas que fazem da lagoa um dos lugares mais bacanas da cidade. Entre um quiosque e outro o tempo foi passando, bem devagarinho, como se eu estivesse em uma cidade bucólica e não em uma das maiores capitais da América do Sul. Estendi o passeio ao Jardim Botânico, a poucos passos da lagoa. Como não se encantar pela Aleia Barbosa Rodrigues com suas imponentes palmeiras-imperiais? Só isso já valeria a visita, mas o parque fundado por D. João VI em 1808 tem muito mais a oferecer. São 137 hectares repletos de árvores centenárias, plantas exóticas, orquídeas e bromélias. Além das plantas, conta ainda com mais de cem espécies de pássaros, obras de arte e o Jardim Japonês, com diversas plantas típicas do país asiático.
Embora um tanto abandonado e malconservado, o centro da cidade continua mantendo seus atrativos. O Theatro Municipal segue como um dos mais belos prédios da cidade. Com sua arquitetura em estilo renascentista, inspirado na Ópera de Paris, o teatro é uma das mais importantes casas de espetáculos da América do Sul, tendo recebido grandes nomes nacionais e internacionais de ópera e dança. As temporadas oficiais do teatro são realizadas pelo seu próprio corpo artístico, formado pela Orquestra Sinfônica, o Coro e o Ballet. Caso não seja possível assistir a um espetáculo no teatro, dedique um tempinho para uma visita guiada ao interior do imponente prédio. E para sentir por completo a atmosfera do início do século XX, que tal uma (longa) conversa na histórica Confeitaria Colombo? A casa fundada no final do século XIX é uma das mais antigas e respeitadas do país, vindo a ser declarada patrimônio artístico e cultural da cidade do Rio de Janeiro. Seja para um almoço demorado seja para um lanche rápido, a confeitaria carioca nos remete a uma época em que as confeitarias eram os points das cidades. E para nos despedir do centro, uma passadinha para conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, infelizmente mais lembrada pela chacina dos menores de rua do que pela sua beleza e valor histórico. A bela fachada da igreja está voltada para a Baía da Guanabara, a principal porta de entrada da cidade no início do século XIX, quando de sua inauguração.
Com vários teatros e casas de show, a vida cultural noturna da cidade ferve com uma agenda sempre repleta de boas atrações, capazes de agradar aos diferentes gostos. Para uma atividade cultural diurna, a grande novidade é o moderníssimo Museu do Amanhã. Inaugurado em dezembro de 2015, poucos meses antes das Olímpiadas, o museu construído na Zona Portuária traz questionamentos sobre o futuro do mundo. Com muitos parceiros nacionais e internacionais, o museu abre espaço para debates e estudos sobre como os indivíduos podem transformar o nosso destino na Terra, dando ao estudo da ciência uma conotação mais próxima do dia a dia das pessoas. Já para resgatar a história dos tempos em que o Rio de Janeiro era a capital da então recente república brasileira, vale a pena visitar o Museu da República, instalado no Palácio do Catete, onde outrora funcionava a sede do Governo e a residência oficial dos Presidentes da República, no período entre 1897 e 1960. Atualmente, é possível visitar, inclusive, os aposentos onde Getúlio Vargas cometera suicídio, um dos fatos mais marcantes da história política brasileira.
Acordar cedo nunca foi o meu forte, só o faço por absoluta obrigação. Mas ao olhar pela janela e ver o sol nascer, a praia e o calçadão de Ipanema ainda desertos e com uma temperatura agradável em pleno verão, me senti “obrigada” a sair para uma caminhada. A Vieira Souto (ainda) tranquila e a linda vista dos Dois Irmãos ao fundo formam um dos cenários mais bonitos da cidade. Confesso, sempre tive uma certa queda por Ipanema! A caminhada foi se prolongando e logo me vi no Arpoador, pausa em meio às praias mais famosas do Rio. E já que ali estava, a caminhada foi estendida até Copacabana. Um olho para a Avenida Atlântica e seus muitos prédios de apartamentos e hoteis e o outro para o mar, fui seguindo sem pressa até chegar na entrada do Forte. A Confeitaria Colombo do centro ainda mantém o seu glamour nostálgico do Rio de um outro século, mas a filial que fica no interior do Forte de Copacabana tem a bela vista do mar como o seu maior atrativo. No centro ou no forte, as delícias servidas na confeitaria mais famosa da cidade são as mesmas. As calorias perdidas na longa caminhada foram rapidamente repostas pelos pães e doces da confeitaria, tudo ao som das ondas do mar que quebravam ali perto. Tomar café da manhã com a vista da praia é imperdível, mas para garantir um bom lugar tem que chegar bem cedo, logo na abertura do forte. Depois de um café da manhã maravilhoso, vale a pena dar uma volta no interior do forte para conhecer o acervo do Museu Histórico do Exército que funciona no local.
E como falar do Rio sem mencionar as belas e grandiosas festas que os cariocas são capazes de proporcionar? Nessas primeiras semanas do ano ainda temos em mente a beleza dos 17 minutos de queimas de fogos em Copacabana, em uma das festas de Réveillon mais bonitas do mundo! Vista das areias, dos navios ancorados ali perto, das janelas dos prédios da Atlântica ou mesmo da televisão, é impossível não se embasbacar com tamanha beleza. Mas se o Réveillon é coisa do passado, o carnaval já está batendo à nossa porta! A poucos dias do carnaval, a cidade já é uma festa, com vários blocos de rua desfilando pela cidade, esbanjando muita alegria e irreverência. Mais compenetrados – mas não menos alegres – estão os foliões que desfilarão pela Sapucaí em fevereiro, com a responsabilidade de fazer um dos maiores e melhores carnavais do mundo. Já para aqueles que adoram se divertir, mas não abrem mão do glamour, o tradicional baile de carnaval do Copacabana Palace é o lugar certo. O Rio é democrático e acolhe bem pessoas de todos os gostos – e bolsos.
Uma última caminhada pela orla, uma parada estratégica no Arpoador, um olhar prolongado para a infinidade do mar, o sol que ali vai se pondo em um ritmo lentamente elegante… Com esse cenário, meu coração se enche de amor. Desarmada, vejo um Rio diferente do de outras visitas, mais acolhedor e mais bonito, sempre de braços abertos para receber os seus visitantes!
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