Monte Carlo – SuoViaggio Edição n. 2
Zélia Rodrigues - PublisherRevistas Publicadas Europa, Mônaco, Revistas 2015
Monte Carlo Simplesmente Glamourosa
Nesse segundo número de SuoViaggio escrevo sobre o principado de Mônaco. Estive em Monte Carlo em dezembro de 2012, para uma reunião com um parceiro na promoção do Grand Prix de Fórmula 1, mas aproveitei para estender o período da visita e curtir um pouco mais da cidade.
Confesso que não tinha grande expectativa sobre Monte Carlo, mas me encantei! Além da beleza natural do local, Monte Carlo é muito organizada e repleta de pessoas educadas e gentis.
Com uma média de 300 dias de sol por ano, Monte Carlo pode ser visitada em qualquer época. Visitei a cidade no final do outono e, mesmo assim, a temperatura era agradável e os dias bonitos. Uma visita a Monte Carlo pode ser incorporada a uma viagem pela Cotê d’Azur da França, pois fica a apenas 20 km de Nice.
Para os apaixonados pela Fórmula 1, a melhor época para visitar a cidade é, sem dúvida, no final de maio e, assim, participar da grande festa do automobilismo. É possível também aproveitar a oportunidade para vivenciar a incrível experiência de pilotar um carro de F1 em um circuito da França ou da Itália.
Desejo a você uma boa leitura e até a próxima!
Montecarlo
Simplesmente GlamourosaMe apaixonei por Montecarlo no instante em que vi as luzes do principado do alto da estrada que liga a Itália à costa azul da França. Localizado entre a Riviera Ligure italiana e a Cotê d´Azur francesa, o principado de Mônaco, fundado pela Família Grimaldi em 1297, é o segundo menor Estado independente do mundo, perdendo apenas para o Vaticano. Por causa da conveniência de seu sistema tributário e de sua excelente localização, Mônaco atrai vários milionários europeus decididos a pagar menos impostos, o que faz com que o principado tenha uma das maiores rendas per capita do mundo.
Se tivesse que definir a cidade de Montecarlo com apenas um adjetivo, este seria glomourosa! Os motoristas de táxi sempre muito bem vestidos parecem ser motoristas da nobreza, com uma educação e discrição impressionante. Os garçons parecem ter sido treinados pelo Mr. Carson da série britânica Downton Abbey, tamanha a eficiência do serviço. Os homens e – sobretudo – as mulheres são de uma elegância impressionante! Mas tudo é chique de uma forma natural, sem nenhuma afetação.
Na parte alta da cidade está localizado o Palácio de Mônaco (Palais Princier), residência da família Grimaldi e sede do Governo. Construído no século XIII, o palácio mantém uma fachada austera, mas seu interior é ricamente decorado com magníficos afrescos, além do mobiliário e da tapeçaria de valores inestimáveis. Porém, o palácio é aberto ao público somente de abril a outubro. Diariamente ocorre a troca da guarda, um belo espetáculo, só que não tão pomposo como aquele da realeza britânica.
É imperdível visitar a Coleção Privada de Carros Antigos do Príncipe Rainier III, que conta com cerca de 100 veículos de diferentes estilos e épocas, expostos em uma área de 4.000 m2. A diversidade de modelos e beleza dos veículos expostos são capazes de encantar até mesmo uma mulher – muito mais sensível a roupas e sapatos do que a carros – como eu. O bom gosto do Príncipe Rainier III, falecido em 2005, é incontestável, pois além da beleza dos belos modelos de carros de marcas como Maserati, Jaguar, Rolls Royce e Mercedes com os quais a sua coleção conta, casou-se com uma das mulheres mais lindas e elegantes de todos os tempos, a Princesa Grace Kelly, um ícone da moda, cujo estilo e elegância seguem inspirando os estilistas mais renomados do mundo, mesmo após mais de 30 anos de sua morte.
Após a visita ao palácio vale a pena dedicar algum tempo para bater perna pelas ruelas próximas, entrando em uma ou outra lojinha de souvenires, até se deparar com alguns pontos do local que premiam seus visitantes com vistas espetaculares da marina repleta de belos (e caros) iates.
Mônaco é um daqueles lugares que são lindos e interessantes em qualquer época do ano, mas é no final de maio que o principado atinge o seu apogeu de beleza e glamour! Com o título de circuito de Fórmula 1 mais charmoso do mundo, o circuito de Mônaco é também um dos mais difíceis, pois como o percurso é feito de ruas estreitas e cheias de curvas, dificultando as ultrapassagens e aumentado o risco de acidentes, exige maior precisão dos pilotos. Se o circuito de Mônaco é um grande teste para a habilidade dos pilotos de F1, podemos nos orgulhar ainda mais do nosso eterno campeão Ayrton Senna, que conseguiu a façanha de conquistar 6 vitórias em Mônaco, dentre as 10 vezes que disputou o GP! Nenhum outro piloto na história da F1conseguiu esse número de vitórias no circuito, o que lhe rendeu o título de Rei de Mônaco. Mesmo outros grandes campeões como Graham Hill e Michael Schumacher venceram em Mônaco 5 vezes, das 17 e 18 vezes que disputaram o Grand Prix, respectivamente.
O GP de Mônaco também atrai as grandes celebridades de Hollywood, dada a proximidade de datas entre o GP e o Festival de Cannes. Nos boxes a atenção de repórteres é dividida entre pilotos e artistas famosos. É definitivamente o local para ver e ser visto! No fim de semana da corrida, o burburinho fora das pistas acontece nas festas promovidas em hoteis, restaurantes e iates. Não por acaso, para se hospedar em Montecarlo no final de semana do GP, além de desembolsar uma boa grana, é necessário efetuar reservas com 1 ano de antecedência ou ser convidado de alguma personalidade ilustre.
A minha última noite no principado foi reservada para conhecer o local mais emblemático da cidade, o Casino de Monte-Carlo! O legendário cassino foi inaugurado em 1863 pelo Príncipe Carlos III, sendo que o projeto e a construção do prédio contou com a participação dos mais renomados arquitetos franceses da época, inclusive Charles Garnier, responsável também pela Ópera de Paris. O cassino foi fundamental para a organização das finanças do principado no século XIX, mas como o seu sucesso foi maior do que o esperado, o principado pôde baixar os tributos de seus cidadãos, o que contribuiu para que Mônaco se transformasse em um paraíso fiscal e viesse a atrair ainda mais os milionários europeus.
É impossível não se impressionar com a imponência do cassino. Logo na entrada, quando um elegante senhor abre as portas do cassino, vejo o belo hall com a chapelaria e, alguns passos adiante, adentro à Sala das Américas, a sala principal do cassino onde predominam as roletas e mesas de black jack. À esquerda fica o elegante restaurante Le Train Bleu, de cozinha tradicional italiana e decoração ao estilo Belle Epoque. Embora a ideia de um bom e lento jantar no Le Train me agradasse, naquela noite estava disposta a experimentar a jogatina e, por isso, passei reto pelo restaurante e me dirigi ao Bar, localizado no fundo da sala principal para fazer o meu “esquenta”.
A ampla e bem decorada sala onde foi instalado o bar é encantadora. A mobília é antiga, mas impecável. Me sentei em uma mesa do canto direito do bar e à frente, no outro lado da sala, estava o balcão do barman com uma infinidade de garrafas. Ao lado do balcão estava o único garçon daquela noite. Mesmo o bar não estando totalmente lotado, me questionei como apenas um garçon poderia dar conta de atender todas as mesas, mas antes que pudesse finalizar a minha reflexão o garçon já começou a dar amostras da sua eficiência impecável! Assim que me sentei o garçon já estava à minha frente para organizar a mesa e deixar o cardápio. Como ele atravessou a sala sem que eu pudesse me dar conta?, pensei. Abri o cardápio para escolher um drinque entre as várias opções, só que demorei um pouco para escolher uma simples bebida porque me distraía olhando as belas pinturas da sala. O garçon manteve o seu posto ao lado do balcão e não me incomodou nenhuma vez, não se aproximou para perguntar se já tinha escolhido. Porém, assim que fechei o cardápio, como num passe de mágica, o garçon reapareceu à minha frente pronto para anotar o pedido. Ele fez de novo!, pensei. A eficiência do garçon era tamanha, que o meu jogo começou ali, pois apostei que em algum momento ele falharia e faria algum cliente esperar pelo menos por alguns segundos. Passei a testar e observar o garçon enquanto atendia também as outras mesas, mas a sua eficiência e discrição eram perfeitas. Tive que me render e aceitar que tinha perdido a minha primeira aposta da noite!
Saí do bar e me dirigi ao caixa para comprar algumas fichas, para desespero do meu acompanhante, que tentou me demover da decisão de jogar. Inútil! Eu não poderia ir ao cassino mais famoso do mundo e não jogar! O desespero inicial do meu acompanhante deu lugar ao deboche quando troquei 50 euros em fichas. Afinal, com apenas 50 euros o meu jogo estaria liquidado em pouquíssimos minutos! Passei reto pelas máquinas de caça-níqueis porque são de um tédio abissal. Também passei reto pelas salas privadas, porque as minhas escarsas fichas não me permitiriam de entrar naquelas salas nem mesmo para recolher os copos, já que são reservadas aos grandes apostadores. Por fim, decidi apostar nas roletas que sempre me atraíram. Empenhada em fazer as minhas fichas renderem o máximo de tempo possível, apostei uma ficha de 2 euros em um número qualquer, mas o crupiê me explicou gentilmente que a aposta mínima era de 4 euros. Caramba, as minhas 25 jogadas foram instantaneamente reduzidas a 12! O meu acompanhante começou a rir da minha gafe, porque a mesa estava cheia e os demais jogadores apostavam muito mais do que eu. Não me importei de ser considerada a pobre da mesa e segui em frente. Ao meu lado estava um senhor que apostava alto. Ele jogava sobre a mesa 500 euros para a troca de fichas com tanta tranquilidade que eu me desesperava. A minha primeira rodada foi vencida por uma senhora que também apostava alto. Eu perdi 4 euros e o senhor ao meu lado pelo menos 100! Para a segunda rodada todos os jogadores mantiveram os mesmos níveis de apostas. Quando a roleta parou, o crupiê anunciou o resultado e empurrou um monte de fichas para a minha direção. Eu tinha ganhado!!! Eu nem sei quanto ganhei naquela rodada, mas fiquei tão feliz que tomei a ousada decisão de dobrar as minhas apostas. Na terceira rodada apostei 8 euros! O resultado? Ganhei de novo!!! Nas rodadas que se seguiram eu perdi algumas e ganhei outras, só que não sucumbi à tentação de arriscar valores mais altos, pois eu estava me divertindo tanto que não queria que aquela noite acabasse. O senhor das altas apostas deixou a mesa sem nenhuma ficha, dando lugar a um italiano que também jogou 500 euros para o crupiê. Não me intimidei e apostei os meus 8 euros com a pose de uma jogadora experiente e vencedora. Ganhei de novo! Nas jogadas seguintes vi o italiano apostar – e perder – 1.500 euros e pensei se ele e o senhor de antes eram viciados em jogos. Ambos me pareceram ser viciados, não necessariamente pelo valor que apostaram, mas sobretudo porque mantiveram durante todo o tempo uma expressão tensa, mesmo nas poucas vezes que venceram. Os viciados, perdendo ou ganhando, não se divertem. Eu, ao contrário, me estava divertindo tanto que as minhas brincadeiras e comemorações fizeram derreter a frieza inicial do crupiê, que também passou a rir e brincar comigo. Quando tive uma sequencia de 5 vitórias, o sistema de segurança do cassino foi ativado e um senhor veio, discretamente, controlar a mesa para ver se não tinha alguma fraude. Em poucos minutos ele foi embora, talvez também porque viu as enormes cifras das minhas apostas. Com tantas vitórias, precisei da ajuda do meu acompanhante para contar as fichas, que passou a se divertir montando várias pilhas. Deixei a mesa de apostas apenas quando chegou a hora de fechar o cassino, me despedi do crupiê e fui trocar as minhas fichas no caixa. O valor que ganhei (quase 150 euros) foi proporcional ao valor das minhas apostas. Mas, na verdade, ganhei muito mais do que isso, ganhei uma das noites mais divertidas da minha vida!
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