Lisboa charmosa capital – SuoViaggio Edição n. 23
Zélia Rodrigues - PublisherRevistas Publicadas Europa, Portugal, Revistas 2018
Lisboa charmosa capital
Em casa como os portugueses
Nesta edição trazemos a você a matéria sobre Lisboa, a charmosa capital de Portugal. Por muitos anos Lisboa foi considerada a prima pobre e feia da Europa, mas nos últimos anos o mundo despertou para os seus encantos. Uma forte atuação governamental no setor de turismo, aliado a empresários proativos e um povo gentil e hospitaleiro fizeram com que Lisboa se tornasse o destino mais in do momento, atraindo milhares de novos e antigos visitantes. Esse é o momento de descobrir ou redescobrir Lisboa!
Ao pisar em solo português pela primeira vez, senti como se estivesse retornando para casa. Alguma coisa em minha mente me transportou para um passado remoto, para o período em que os meus antepassados deixaram aquelas terras em busca de uma nova oportunidade na então colônia portuguesa nas Américas.
Lisboa
Em casa como os portuguesesEm cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagemManuel Alegre
Ao pisar em solo português pela primeira vez, senti como se estivesse retornando para casa. Alguma coisa em minha mente me transportou para um passado remoto, para o período em que os meus antepassados deixaram aquelas terras em busca de uma nova oportunidade na então colônia portuguesa nas Américas. O meu sobrenome não deixa dúvidas sobre a minha origem, mas tendo perdido o fio que me ligaria à origem de minha família, imaginei que a minha mente não sofreria tão forte abalo. Estava enganada. Bastaram alguns minutos para que um redemoinho de emoções tomasse conta de mim! Difícil reproduzir em palavras as muitas sensações que senti ao me ver no lugar onde estão fincadas as minhas raízes.
Comecei a explorar a bela e cativante Lisboa pelas margens do Tejo, o seu emblemático rio. Caminhando pelas suas margens se chega ao Monumento aos Navegantes, também conhecido como Monumento aos Descobrimentos. A obra original foi erguida em 1940, mas tendo sido feita com materiais perecíveis, não durou muito tempo. Então, em 1960 foi inaugurada a obra como a vemos hoje, feita em betão e pedra, tal qual como a original do arquiteto Cottinelli Telmo e do escultor Leopoldo de Almeida. Concebido para homenagear o Infante D. Henrique, o monumento se tornou símbolo dos tempos de glórias do país, quando os destemidos exploradores do pequeno país ibérico partiam do Tejo para a conquista de novas terras. Dentre as 32 figuras representadas na caravela liderada pelo Infante D. Henrique, estão importantes navegadores como Vasco da Gama, Bartolomeu Dias e Pedro Álvares Cabral. Também foram homenageados homens da cultura portuguesa, como o pintor Nuno Gonçalves e o poeta Luís de Camões, este último foi retratado segurando uma cópia de Os Lusíadas, a sua obra mais importante.
A poucos passos do Monumento aos Navegantes fica a Torre de Belém, um dos mais importantes monumentos de Lisboa. Construída como uma fortaleza a pedido de Manuel I entre os anos de 1515 e 1521, a torre tinha a função de proteger as naus portuguesas que dali partiam rumo às descobertas de novas rotas de comércio na África e Índia. Na parte inferior da torre fica o local que funcionava como prisão. Para entrar, mesmo uma pessoa de estatura mediana como eu precisa se abaixar, pois o teto da antiga prisão é extremamente baixo. O local não é recomendável para quem sofre de claustrofobia, mas para as demais pessoas vale a visita. Com as torres de vigia em estilo mourisco e um externo decorado com cordas esculpidas nas pedras e com o Brasão de armas de Portugal, a torre é símbolo do poder político e econômico de Portugal nos séculos XV e XVI e, até os dias de hoje, é um dos mais bonitos monumentos da cidade. Antes de me despedir da margem direita do Tejo, me sento em um banquinho de frente para o rio para contemplar a beleza e a importância histórica daquele cantinho de Lisboa, aí penso nas palavras de Fernando Pessoa e imagino quantos anseios viveram aqueles que por tanto tempo dali partiam para se aventurarem em terras desconhecidas… “Pelo Tejo vai-se para o Mundo. Para além do Tejo há a América. E a fortuna daqueles que a encontram.”.
Sob o comando de Manuel I, outro importante monumento português foi edificado na área de Belém no início do século XVI, o Mosteiro dos Jerónimos. Dedicado à Ordem de São Jerônimo, o mosteiro é um dos maiores exemplos do estilo manuelino em Portugal e o mais importante conjunto monástico do país. Construído após a descoberta do caminho das Índias por Vasco da Gama, o requintado monastério foi financiado com os recursos provenientes do lucrativo comércio com o Oriente, vindo a se tornar um símbolo do poder político-econômico de Portugal. Logo de cara, o amplo e suntuoso jardim já me impressionou tanto que quase não consegui entrar no prédio. Uma vez na parte interna do edifício, o encantamento continuou com o grande claustro de dois andares, projetado para ser agradável aos monges em seus momentos de oração e estudo. Com muitos banquinhos espalhados pelo claustro, aproveitei a atmosfera do lugar para um momento de reflexão, mesmo que os muitos visitantes de hoje não permitam o silêncio e a tranquilidade com as quais os monges contavam quando ali viveram. De qualquer ponto do claustro se vê o belo pátio interno e na ala norte fica o túmulo do poeta Fernando Pessoa. Do claustro se tem acesso a importantes salas do complexo, como o refeitório, a biblioteca e a Sala do Capítulo, onde os monges faziam as suas reuniões periódicas. E na igreja do mosteiro, construída em forma de cruz latina, estão sepultadas importantes personalidades portuguesas, como Vasco da Gama e Luís de Camões, além de D. Manuel I e sua esposa na capela-mor.
A caminhada pelo Mosteiro dos Jerônimos despertou ainda mais a vontade de provar os legítimos pasteis de Belém, cuja receita original foi criada no mosteiro e conquistou o mundo após a Revolução Liberal de 1820, quando todos os conventos e mosteiros foram fechados pelo governo. Por questão de sobrevivência, o clero e os trabalhadores expulsos do mosteiro colocaram à venda os doces que logo passaram a se chamar Pasteis de Belém. Assim, em 1837, é fundada a pastelaria que está em pleno funcionamento até hoje, atraindo milhares de pessoas de todo o mundo diariamente para provar a “receita secreta” dos originais pasteis de Belém, preparados de forma artesanal pelos mestres pasteleiros. O sucesso do local é visto pela constante fila, mesmo contando com um grande salão. Uma vez lá dentro, percebe-se porque essa iguaria fez a fama de Belém em todo o mundo. O difícil mesmo é se conter para não cometer o pecado da gula!
Retornando ao centro de Lisboa, vale a pena perambular sem pressa pela bela e movimentada Praça do Comércio. O local foi a residência oficial dos reis de Portugal a partir do século XVI, quando D. Manuel I transferiu a residência real do Castelo de São Jorge para lá. Atualmente, o amplo complexo de prédios amarelos, decorados com arcos, abriga órgãos governamentais, centros culturais, hoteis, restaurantes e cafés. No lado norte da praça fica o imponente Arco Triunfal que dá acesso à movimentada Rua Augusta, ótimo ponto de partida para percorrer a Cidade Baixa até a Praça do Rossio. Para quem não sofre com altura, subir o Elevador Santa Justa é parada obrigatória, pois além de ligar a Cidade Baixa à Cidade Alta, do topo do elevador se tem uma vista espetacular de Lisboa. Do elevador, também se tem acesso às ruínas do Convento do Carmo, destruído durante o terrível terremoto de 1755. Já a Cidade Alta concentra a vida noturna de Lisboa, com muitos bares, restaurantes e casas de fado. E logo ali fica o famoso bairro do Chiado, antigo reduto de intelectuais e um dos bairros mais charmosos da cidade. É fácil encontrar a Rua Garret, com a estátua em bronze de Fernando Pessoa na porta do Café A Brasileira, muito frequentado por intelectuais no século XX e por turistas atualmente, mas vale fazer aquela fotinha ao lado de Pessoa. Fazendo jus à alma intelectual do Chiado, também fica no bairro a Livraria Bertrand, fundada em 1732 e considerada a livraria mais antiga do mundo ainda em funcionamento. Embora muitas vezes passe despercebida entre o vaivém do Chiado, a livraria, com suas prateleiras originais em madeira, é uma atração por si só. Entrar, folhear os livros dos grandes autores portugueses e tomar um cafezinho sem pressa é como vivenciar séculos da história literária de Portugal.
Enfim, imponente sobre uma colina do bairro de Alfama, fica o Castelo São Jorge. Tendo sido construído pelos mouros nos idos do século XI como uma fortaleza, algumas das casas da elite moura ainda são visíveis no sítio arqueológico que fica no interior do castelo. Em 1147, quando D. Afonso Henriques reconquistou Lisboa dos mouros, o castelo passou para mãos portuguesas e a antiga cidadela moura foi remodelada para abrigar a corte portuguesa que ali ficou instalada até o século XVI, quando D. Manuel I a transferiu para o lugar onde hoje é a Praça do Comércio. O castelo passou a ter utilização militar até que o terremoto de 1755 o destruísse. Para a sorte das gerações vindouras, o castelo foi reconstruído no governo Salazar, com jardins e as muralhas tal qual como eram na época dos mouros. Do terraço do castelo se tem uma vista panorâmica incrível de Lisboa e do Tejo. Sentada na mureta do terraço do castelo aprecio o vagaroso cair da tarde e, sem muita vontade, me despeço de Lisboa… Até breve a uma cidade que me acolheu tão bem!
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