Vinho & Eu: Vinhos da Nova Zelândia
Vinhos da Nova Zelândia
Os jovens vinhos neozelandeses são a essência do país, proporcionando a maravilhosa sensação de frescor presente em todo o país
Algumas décadas atrás seria impensável a ideia de consumir vinhos produzidos na Nova Zelândia, mas desde os anos 1990 o país vem despontando como uma das grandes novidades no cenário da vinicultura internacional. Porém, o percurso feito pelos viticultores neozelandeses até chegar ao atual grau de respeitabilidade não foi nada fácil, pois desde as primeiras cultivações de vinhas no início do século XIX até hoje, os viticultores locais tiveram que combater diferentes batalhas, como a de pragas virulentas causadas por causa do clima úmido, além das restrições impostas por leis puritanas que restringiam demasiadamente a produção e o consumo de bebidas alcóolicas. Foi apenas na década de 1970, cerca de 150 anos após o início da produção vinícola, que os produtores começaram a ter uma produção considerável, a partir de algumas mudanças fundamentais promovidas na viticultura local.
O grande salto na qualidade dos vinhos neozelandeses se deu com a implementação de variedades da vitis vinifera e a exploração de novas regiões vinícolas nos arredores de Marlborough, na Ilha Sul. Outro fator fundamental para o desenvolvimento da viticultura do país refere-se à decisão de privilegiar os vinhos secos em detrimento dos vinhos doces, até então os mais produzidos no país.
Depois de décadas de testes, os viticultores finalmente chegaram às cepas que obtiveram melhor resultado no país, a chardonnay e a sauvignon blanc, que dão origem a vinhos frescos que caem muito bem ao clima local. A cepa predominante na Nova Zelândia é a sauvingnon blanc, responsável por cerca de 75% da produção do país. Os vinhos neozelandeses produzidos com a sauvignon blanc devem ser bebidos jovens, pois são ricos em frescor, com aromas intensos e notas cítricas. Uma informação relevante é que a maioria esmagadora dos vinhos do país são fechados com tampa de rosca, pois os produtores locais verificaram que a tampa de rosca era a melhor solução para preservar os aromas e o frescor dos vinhos. Embora a tampa de rosca ainda seja questionável por muitos viticultores e sommeliers, tem sido cada vez mais utilizada para muitos vinhos, especialmente aqueles que devem ser consumidos ainda jovens, como é o caso dos vinhos da Nova Zelândia.
Embora se produza vinhos em diversas regiões da Nova Zelândia, de norte a sul, nem todas as regiões conseguiram desenvolver boas vinhas, muitas vezes em razão dos desafios impostos pelo terroir. A região vinícola que merece destaque especial é a região de Marlborough, localizada no norte da Ilha Sul, cujo clima é normalmente composto da excelente combinação de dias ensolarados e noites frescas, ideal para a maturação das vinhas. O sucesso dos vinhos brancos e frescos de Marlborough incentivou os viticultores a aumentar a área vinícola, tornando-a na maior e mais importantes região vinícola do país, com mais de 20 mil hectares de vinhedos. Os ótimos vinhos produzidos com sauvignon blanc foram os responsáveis por colocar essa região produtora no mapa do mundo dos vinhos, mas outras cepas também têm dado excelentes resultados na região, como a chardonnay e a riesling. Além dos ótimos brancos, também se produz na região tintos à base de pinot noir, embora numa escala muito menor.
Claro que as imensas áreas de reserva natural da Nova Zelândia, com suas paisagens deslumbrantes, formam o cenário ideal para provar os vinhos aromáticos e frescos que se produz no país, mas mesmo estando a 12 mil quilômetros de distância, podemos sentir os aromas e o frescor do país através de seus ótimos vinhos brancos.
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Foto: divulgação