Vinho & Eu: Os Maiores Produtores de Vinhos do Mundo
Os Maiores Produtores de Vinhos do Mundo
Metade da produção mundial de vinhos está concentrada em apenas 3 países, descubra aqui quais são os países que compõem o pódio internacional da produção vinícola mais fascinantes da Europa
Anualmente, cerca de 260 milhões de hectolitros de vinhos são produzidos ao redor do globo. Mas, embora a produção vinícola tenha se expandido para países que (ainda) não carregam uma tradição na vinicultura, o chamado Novo Mundo, o grande volume de produção de vinhos ainda está concentrado no continente europeu, responsável por 60% da produção global, com uma produção aproximada de 157 milhões de hectolitros de vinhos a cada ano. Portanto, não é de se espantar que os três maiores países produtores de vinhos do mundo estejam na Europa.
E partindo do ranking divulgado pela Organização Internacional do Vinho, a Itália segue absoluta como o maior país produtor de vinhos do mundo. Os vinhedos italianos produziram em 2022 mais de 50 milhões de hectolitros de vinhos, respondendo sozinha por 1/5 da produção mundial. Com uma área aproximada de 674 mil hectares de vinhedos, a produção italiana não é apenas grande, mas também muito variada. Vinhos tintos, brancos, rosés, frizantes e espumantes, todos os tipos de vinhos são produzidos nos vinhedos italianos.
Muitos dos vinhos italianos são produzidos com vinhas autóctones, isto é, vinhas nativas do território. Entre essas vinhas autóctones temos a famosa Sangiovese, base para o Chianti Classico e o Brunello di Montalcino, os dois tipos de vinhos toscanos mais apreciados no mundo. Outra vinha autóctone de grande relevância na produção italiana é a Nebbiolo, base para o Barolo e o Barbera, cuja produção fica na região de Langhe, no Piemonte. Mas também temos excelentes rótulos brancos produzidos a partir da Trebbiano, outra vinha autóctone da Itália, que confere excepcionais notas de frescor aos seus vinhos, o que os tornam mais do que perfeitos para uma tarde quente de verão. E mais recentemente, os vinicultores da região de Franciacorta redescobriram uma das vinhas autóctones mais antigas da Itália, a Erbamat, que conta com um elevado nível de acidez e tem sido utilizada na produção dos melhores espumantes italianos.
O país que rivaliza diretamente com a Itália em termos de volume de produção e diversidade de vinhos, é a França, que há anos mantém a segunda colocação no ranking de maiores produtores de vinhos, respondendo por 17% da produção global (44 milhões de hectolitros). Os vinhedos franceses estão espalhados por todo o país, de sul a norte se encontram excelentes vinícolas. Porém, as regiões de Bourgogne, ao norte, e de Bordeaux, ao sul, são as maiores referências quando se fala de vinhos franceses. Enquanto na Bourgogne a Pinot Noir e a Chardonnay reinam absolutas, em Bordeaux a grande estrela é a Cabernet Sauvignon, seguida da Merlot e da Carménère.
Outra região vinícola menos conhecida, mas responsável por alguns dos vinhos mais prestigiados do mundo é a região de Châteauneuf-du-Pape, localizada na Provença. A excelência dos vinhos da região não é um acaso, mas sim herança de quase um século de trabalho árduo para colocar os vinhos de Châteauneuf-du-Pape no topo da excelência vinícola. Aliás, foi exatamente nessa região que se criou o conceito de Denominação de Origem Controlada (DOC) em 1930, após uma batalha encampada pelo Barão Leroy de Boiseaumarié.
E não poderíamos falar das regiões vinícolas francesas sem falar sobre Champagne, a região do norte da França responsável pela invenção dos vinhos espumantes. Com uma produção de mais de 300 milhões de garrafas de espumantes em 2022, essa região vinícola é a segunda maior produtora desse tipo de vinho – perdendo apenas para a região italiana de Prosecco –, tornando-se sinônimo do próprio produto.
Afinal, não é raro que as pessoas chamem de champanhe todos os tipos de espumantes, uma confusão perdoável quando pensamos na fundamental importância que a região de Champagne tem para o mundo da produção desses maravilhosos vinhos borbulhantes.
Por fim, no terceiro lugar do pódio dos grandes produtores de vinhos está a Espanha, cuja produção aproximada de 33 milhões de hectolitros representa 13% da produção total do mundo. Embora conte com a maior área de vinhedos da Europa, a Espanha não tem o mesmo nível de produção das duas primeiras colocadas no ranking.
São muitas as regiões vinícolas da Espanha, que vão de sul ao norte do país, passando pelas ilhas espanholas. Por causa dos diferentes tipos de terroir, os vinhos espanhóis contam com características bem distintas entre si. Mas a região vinícola de maior destaque da Espanha é Rioja, localizada no norte do país. É em Rioja que se produz os vinhos tintos espanhóis de maior prestígio, produzidos através de um complexo mix de diferentes vinhas autóctones espanholas, como a Tempranillo, a Grenache Noir, a Graciano e a Mazuelo, que juntas criam um vinho harmonioso e caracterizado pela sua robustez.
Como podemos ver, apenas a produção desses três países – Itália, França e Espanha – responde por metade da produção global. Porém, quando se fala dos vinhos desses três países, não falamos apenas em volume de produção, mas também – e sobretudo – de diversidade e de excelência.
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