Vinho & Eu: A Origem do Vinho
Vinho & Eu
A Origem do Vinho
Um dos efeitos da pandemia foi o aumento do consumo doméstico de bebidas alcóolicas, pois com as restrições de locomoção impostas e o fechamento de bares e restaurantes, muitos brasileiros passaram a ter seus momentos de descontração no interior de casa. Dentre as bebidas que mais tiveram aumento de consumo figura o vinho, em seus diversos tipos. Mas, embora o consumo de vinho tenha aumentado significativamente nos últimos anos, poucos conhecem a origem dessa bebida tão especial e, cada vez mais, presente nas mesas – e taças – dos brasileiros.
O vinho é uma das bebidas mais antigas do mundo. Há registros de vinhedos plantados a cerca de 7000 anos atrás na região onde hoje se encontram os países da Turquia, Geórgia e Armênia. Porém, essa bebida passou a ocupar lugar de destaque na vida das pessoas na Antiguidade, quando civilizações mais avançadas como Grécia e Roma passaram a produzir e consumir o vinho, tanto em celebrações pagãs quanto e em rituais religiosos. Aliás, foi a utilização do vinho nos rituais religiosos promovidos pelos romanos que alçaram o vinho à bebida mais consumida na Roma Antiga. Todos conhecemos a simbologia do vinho como o sangue de Jesus Cristo, assim como representa o sangue Dionísio, filho de Zeus, na mitologia grega.
Durante o sombrio período da Idade Média, o vinho passou a substituir a água para a hidratação das pessoas, pois as precárias condições de higiene não permitiam beber água sem o risco de contrair doenças. Neste período, a produção de vinho também sofreu um terrível baque, por conta das muitas guerras, tendo sobrevivido graças aos monges que precisavam do vinho para seus rituais religiosos e, portanto, se tornaram os maiores produtores de vinhos da época. Com muito estudo e a grande dedicação monástica, diversos avanços foram aplicados no cultivo de vinhedos nesse período, como o estudo do solo, a seleção das vinhas, a poda, a escolha dos melhores terrenos para o cultivo e a cerca dos vinhedos com muros, tudo com o objetivo de se obter as uvas mais maduras para a produção de vinho. Os monges da região francesa de Borgonha foram protagonistas nessas inovações e, graças aos melhoramentos introduzidos por eles, a produção, além de servir para consumo próprio, também passou a ser comercializada.
A bebida que outrora era produzida para o mero consumo, passou a ganhar relevância no comércio a partir da Idade Média, sobretudo porque com as inúmeras guerras apenas os monges deram continuidade à atividade de cultivo de vinhedos. Passado o período de guerras constantes, o comércio ficou ainda mais intensificado em toda a Europa, com grandes carregamentos de vinhos sendo transportados por centenas de navios dos grandes centros produtores para os grandes centros consumidores, especialmente para a Grã-Bretanha. Essa intensificação do comércio de vinhos elevou essa bebida a um novo patamar, tornando-a a bebida oficial das mais diversas celebrações, mas essa história fica para a próxima coluna.
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