Vinho & Eu: Cepas Brancas

Cepas Brancas

Conheça as principais e mais célebres cepas brancas do mundo

Com esta edição finalizamos a nossa trilogia de artigos sobre as cepas. Enquanto no primeiro artigo tratamos sobre os aspectos gerais das cepas, o segundo artigo adentrou o mundo das cepas tintas, trazendo os principais aspectos das cinco cepas tintas mais difusas no mundo. Agora, abordamos as principais cepas brancas, buscando dar uma visão geral sobre cada uma delas.

Chardonnay

A chardonnay é a mais importante e difusa cepa branca no mundo. Costuma-se dizer que a Chardonnay representa para os vinhos brancos o que a cabernet-sauvignon representa para os vinhos tintos. A chardonnay é originária da região da Borgonha, mais precisamente em uma cidadezinha que hoje leva o seu nome, mas também é muito cultivada na região de Champagne, onde é a base dos “blancs de blancs”. Por sua alta capacidade de adaptação a diferentes terroirs, a chardonnay foi exportada para diferentes regiões do mundo, conferindo-lhe um grande sucesso mundial.

Os vinhos produzidos com a chardonnay são muito aromáticos, mas podendo conter aromas diferenciados dependendo da região de cultivo. Em Borgonha, terra originária da cepa, os brancos costumam ter aromas de brioche, pão tostado e manteiga e avelã, enquanto em países mais quentes, como na América do Sul, os aromas são de frutas cítricas. Normalmente os vinhos brancos não são de guarda, mas os maiores brancos de Borgonha envelhecem bem, não precisando ser consumidos ainda jovens.

Sauvignon blanc

A sauvignon blanc é uma cepa muito cultivada nas regiões francesas de Loire e Bordeaux, tendo sido uma das responsáveis pela combinação que originou a cabernet-sauvignon. Embora essa cepa também tenha sido muito difundida em diferentes regiões do mundo, a sua adaptabilidade não é tão grande quanto a da chardonnay, por isso perde um pouco de suas características em climas mais quentes, como na Nova Zelândia, onde se tornou a principal cepa dos famosos brancos do país.

Os vinhos produzidos com a sauvignon precisam ser consumidos jovens e são mais secos, por isso, normalmente a sauvignon é associada a outras cepas para obter um equilíbrio melhor. A combinação entre a sauvignon e a sémillon é muito utilizada, seja para vinhos secos, seja para vinhos licorosos, rendendo vinhos mais encorpados.

Riesling

A cepa riesling é uma das mais antigas do mundo, tendo sigo originada na Alemanha. Muitos enólogos afirmam que a riesling rivaliza com a chardonnay, embora não tenha a mesma adaptabilidade da cepa francesa, por isso, a riesling não é tão difusa no mundo, sendo mais comumente cultivada no norte da Itália e na Áustria, além da Alemanha, onde impera nos melhores terroirs. Embora perca um pouco da sua acidez em climas mais quentes, a riesling também tem gerado bons vinhos na Califórnia, na Austrália e na Nova Zelândia.

A principal característica dos vinhos produzidos com a riesling é o justo equilíbrio entre acidez e doçura, cujos vinhos devem ser consumidos ainda jovens.

Trebbiano

A cepa trebbiano, chamada de ugni blanc na França, é originária da Itália, onde é responsável por grande parte dos vinhos brancos italianos. Além da Itália, a trebbiano também é muito cultivada na região sul da França, principalmente em Provence, e em outros países europeus. Embora a trebbiano tenha sido pouco difundida fora da Europa, em algumas regiões do Novo Mundo, como na Califórnia, tem obtido grande sucesso.

Os vinhos produzidos com a trebbiano oferecem uma agradabilíssima sensação de frescor, uma das principais características dessa cepa, além de serem ricamente aromáticos. Por causa do alto teor de acidez, além dos ótimos vinhos, a trebbiano também é muito utilizada na produção de conhaques.

Muscat

A cepa muscat, originária da Ásia Menor, é uma das mais antigas do mundo, pois sabe-se que já era produzida na Grécia Antiga. A grande particularidade dessa cepa é a sua ampla família, com cerca de 200 espécies diferentes, sendo que algumas são brancas, enquanto outras avermelhadas ou negras. Dada a grande variedade de cepas, é natural que os vinhos produzidos à base de muscat possam oferecer diferentes estilos, com concentração e aromas muito distintos, dependendo da região e do tipo de cepa cultivada para cada vinho.

Embora as muitas espécies de muscat apresentem um gosto similar, os vinhos produzidos a partir dessa cepa são muito variados, podendo ser doces e aromáticos, espumantes ou secos, como os da região francesa da Alsácia. É, sem dúvida, uma cepa muito particular que oferece uma grande gama de oportunidades aos enólogos que a utilizam em seus vinhos.

 

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Foto: divulgação