Natal e Arredores – SuoViaggio Edição n. 33
Zélia Rodrigues - PublisherRevistas Publicadas Américas, Brasil, Revistas 2020
Natal e Arredores
Depois de todos esses meses em que todo o mundo se restringiu aos cômodos de nossas casas, é natural que tenhamos aquela vontade louca de sair por aí. Nenhuma sensação de liberdade é maior e melhor do que sentir o vento bater no rosto, pisar o pé na areia e caminhar livremente até as pernas se cansarem.
Pensando nessa maravilhosa sensação de liberdade e bem-estar me vem à mente o Rio Grande do Norte, com seus muitos quilômetros de costa e dunas de tirar o fôlego, compondo um quadro de beleza natural único.
Natal e Arredores
Um Mergulho nas Belezas PotiguaresPor Zélia Rodrigues
Após meses de confinamento, muitos lugares iniciaram os seus processos de reabertura, em maior ou menor escala. Um pouco por vez as companhias aereas retomam os seus voos e tentam se recuperar das perdas do período. A confiança dos viajantes ainda está longe de voltar aos patamares anteriores ao período de Covid-19, mas a perspectiva de termos uma vacina no próximo semestre nos anima a pensar no retorno à vida normal, não ao tal novo normal ao qual tivemos que nos adaptar.
E depois de todos esses meses em que todo o mundo se restringiu aos cômodos de nossas casas, é natural que tenhamos aquela vontade louca de sair por aí. Nenhuma sensação de liberdade é maior e melhor do que sentir o vento bater no rosto, pisar o pé na areia e caminhar livremente até as pernas se cansarem. Pensando nessa maravilhosa sensação de liberdade e bem-estar me vem à mente o Rio Grande do Norte, com seus muitos quilômetros de costa e dunas de tirar o fôlego, compondo um quadro de beleza natural único.
Natal, a capital de muitos encantos
A capital potiguar, fundada em 25 de dezembro de 1599 e daí a origem do seu nome, é o ponto de partida para explorar as muitas belezas do estado, mas embora seja relegada a um segundo plano pela maioria dos viajantes, Natal também tem seus encantos.
Vale a pena começar com uma caminhada pelo Centro Histórico da Cidade, para apreciar os mais de 150 imóveis de estilos arquitetônicos que vão do colonial ao modernista, inclusive com vários exemplares de casarões neoclássicos. Dentre tantas belas construções, destaca-se o Teatro Alberto Maranhão, construído entre 1898 e 1904 por José de Berredo em estilo art nouveau, infelizmente o prédio está interditado desde 2015 para restauração, mas espera-se que em breve possa reabrir as suas portas. Outro prédio que merece atenção especial é o Solar Bela Vista, construído em 1907 em estilo neoclássico para ser a residência do coronel Aureliano Medeiros. Atualmente, o casarão é um importante centro cultural da cidade, sempre promovendo exposições interessantes. O Beco da Lama é a melhor pedida para concluir a caminhada pelo centro histórico. Em meio a grafites que tornaram o beco uma galeria de Street Art, dá para relaxar nos bares do local e até curtir uma roda de samba aos sábados.
Mas a maior atração da capital potiguar é, sem dúvida, o Forte dos Reis Magos com a sua particular forma de uma estrela de 5 pontas. A construção do início de 1598 teve como objetivo proteger a esquadra comandada por Manuel Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque dos ataques dos índios potiguaras e dos piratas franceses que contrabandeavam pau-brasil. Mais tarde, entre 1633 e 1654, o forte serviu como base de defesa dos holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, quando estes invadiram a cidade. O forte também foi prisão política para os condenados pela Revolução Pernambucana de 1817 e base durante a Primeira Guerra Mundial, até ser tombado pelo Patrimônio Histórico em 1949. Na parte superior do forte, além de poder ver de perto os canhões de bronze ali expostos, os visitantes também se deparam com as belas vistas da praia e da cidade. Atualmente, o forte está passando por um amplo trabalho de restauração, iniciado em 2018, mas espera-se que reabra em 2021.
A posição geográfica do Rio Grande do Norte, no limite do continente americano para o africano, sempre fez do local uma importante base em caso de guerra. Durante a Segunda Guerra Mundial, Natal foi utilizada pelos americanos como uma das suas principais bases no continente, tendo sido considerada, inclusive, uma das quatro bases mais estratégicas do mundo. Mas os potiguares não se importam muito com essa herança bélica, o fato que eles contarão com orgulho – sendo lenda ou não – é que o termo forró nasceu ali, quando eles tentavam – inutilmente – ensinar os soldados americanos a dançarem e os pernas de pau americanos, divertindo-se, repetiam que a dança era para todos, o famoso “for all” que os potiguares derivaram rapidamente para forró. E assim, reza a lenda, nasceu um dos gêneros musicais mais famosos e característicos do Brasil.
Praias Urbanas
Embora as praias mais paradisíacas do Rio Grande do Norte estejam mais distantes da capital, Natal não decepciona com as suas belas praias urbanas. A queridinha de visitantes e locais é a Praia de Ponta Negra, de areias claras e águas transparentes. E para coroar a beleza dessa praia, ao fundo fica o Morro do Careca, um dos pontos turísticos mais visitados da capital potiguar. A beleza do local, alinhada a um sistema eficiente de vigilância, fez o bairro crescer e se tornar um dos mais boêmios da cidade, com uma beira-mar de 4 quilômetros repleta de bares, restaurantes e discotecas, além de diversos hoteis.
Na continuação de Ponta Negra, fica a praia da Via Costeira, frequentada principalmente pelos hóspedes dos muitos resorts de luxo que se instalaram ao longo dos 10 quilômetros de avenida. A Via Costeira se estende até o Parque das Dunas, uma área de preservação ambiental de 1.172 hectares de Mata Atlântica em meio à cidade. O parque oferece três diferentes tipos de trilhas, de acordo com o grau de preparação física dos trilheiros. A mais curta e fácil é a Trilha Perobinha de 800 metros de extensão, indicada inclusive para crianças e idosos. A Trilha Peroba com 2.400 metros de extensão é a opção intermediária, que requer um pouco mais de disposição física, mas não é difícil. E, finalmente, para quem curte trilhas e tem um bom preparo físico, vale a pena percorrer os 4.400 metros de extensão da Trilha Ubaia-Doce. Independente do grau de preparo físico, vale a pena encarar uma das trilhas para poder ter as vistas das dunas a partir das trilhas. Para quem é habituado a trilhas, sabe que a rara sensação de poder apreciar a sequidão das areias das dunas em meio a uma área da Mata Atlântica é incrível e singular, um verdadeiro presente de Natal aos seus moradores e visitantes!
Próxima à Praia do Forte, local onde o rio Potengi faz o seu encontro com o oceano, fica a Praia da Redinha Velha. Com a construção da Ponte Newton Navarro, inaugurada em 2007, essa antiga vila de pescadores ganhou visibilidade, atraindo locais e turistas. O maior atrativo dessa praia é o lindo pôr do sol, que pode ser apreciado tanto da praia quanto da ponte. Se o banho de mar não é dos melhores, a particularidade de ver o rio encontrar o mar já vale uma visita.
A Praia dos Artistas, localizada no centro de Natal, é uma das mais frequentadas da cidade. O mar não é dos mais calmos e a sua popularidade faz a praia perder parte de seu charme, mas mesmo que a visita não seja para curtir um dia de sol e mar, vale a pena visitar a região no fim da tarde para percorrer a Feira de Artesanato do local e colocar algumas lembrancinhas na bolsa. E para quem quiser curtir noite adentro, a Praia dos Artistas oferece várias opções de restaurante com música ao vivo e baladas que vão até o amanhecer.
Com ou sem emoção?
Um programa imperdível para quem visita Natal é o Parque das Dunas de Genipabu, localizado a poucos quilômetros da capital. Com dunas que chegam a 50 metros de altura e se movem de tempos em tempos, sempre proporcionando uma paisagem diferente, o local tornou-se uma das maiores atrações do Rio Grande do Norte. Logo na chegada os visitantes se deparam com toda a organização dos buggueiros prontos a oferecer o passeio mais incrível de Genipabu, com a inevitável pergunta “com ou sem emoção?”. O passeio de buggy sem emoção é quase panorâmico, com velocidade menor e sem acrobacias nas dunas. Mas para viver o melhor de Genipabu é mesmo necessária uma dose de emoção, para sentir a adrenalina a cada manobra do buggueiro, especialmente quando se atinge o alto das maiores dunas e o buggy vai descendo, de ré ou de lado. A manobra causa um pouquinho de medo sim, porque parece que o buggy vai virar a qualquer momento sobre nossas cabeças, mas nas mãos de um buggueiro experiente vale muito a pena!
Mas o que não falta em Genipabu são atrações divertidas e para todos os gostos. Tem passeio pelas dunas no lombo de dromedários e os famosos esquibunda e aerobunda, partindo do alto de uma duna e caindo na Lagoa de Jucumã, de onde não se tem mais vontade de sair. Aliás, a imensidão das dunas com aquela lagoa belíssima no meio parece mais um oásis, mas para a nossa sorte é real e um cartão-postal único. E se em meio a tantas atividades ainda sobrar um tempinho, vale a pena terminar o dia curtindo a beleza da praia de Genipabu, com um mar calmo de águas mornas para relaxar e esquecer do mundo.
Maracajaú – O Caribe Brasileiro
A sonoridade de Maracajaú já fascina por si só, o nome gostoso de pronunciar guarda um dos maiores tesouros do Rio Grande do Norte, não por acaso o lugar é conhecido como o caribe brasileiro. Localizado a cerca de 1 hora de Natal, o passeio até esse paraíso é uma das melhores opções de bate-volta a partir da capital.
Ao chegar na Praia de Maracajaú, os menos avisados podem se decepcionar pensando que sim, a praia é bonita, mas não é para tanto. Porém, o verdadeiro tesouro de Maracajaú não é visto da sua praia, somente quem vai mar adentro o encontra. A 7 quilômetros da costa ficam os maravilhosos recifes de corais de Maracajaú, ou parrachos como são conhecidos por lá. Por causa da pouca profundida do mar, vários naufrágios já ocorreram na região. Nadar nas piscinas naturais de água cristalina formadas pelos arrecifes de corais é uma experiência maravilhosa, que certamente deixará o gostinho de quero mais.
De volta do mar com a alma renovada depois de um mergulho na beleza impressionante dos parrachos de Maracajaú, a melhor pedida é deixar-se levar pelo dolce far niente em sua praia. Mas, para quem volta ainda com energia para queimar, é possível esbaldar-se no parque aquático local ou passear pelas praias da região de buggy ou quadriciclo. Qualquer que seja a escolha, a satisfação é garantida.
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Artigos
Viagem Pelas Capitais Brasileiras: Natal
Natal, a linda capital do Rio Grande do Norte, que se orgulha de estar localizada no ponto brasileiro mais próximo ao continente africano.
Fundada em 25 de dezembro de 1599, daí a origem de seu nome, #Natal é uma das capitais mais antigas do #Brasil e, assim como Recife, foi ocupada pelos holandeses entre 1633 e 1654.
#RioGrandedoNorte