Brasil vai sediar 'Copa do Mundo do Oceano' em 2027
diz diretor do INPO
Conferência da Década da Ciência Oceânica reunirá mais de 2 mil especialistas no Rio para debater soluções sustentáveis e fortalecer a presença global do Brasil
A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida para sediar a 3ª Conferência da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, em 2027. A escolha foi anunciada na última sexta-feira (27), durante a Assembleia da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO. Para o Diretor-Geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, a Conferência terá um grande impacto para a comunidade científica e sociedade civil brasileira.
“Acolher essa Conferência é como sediar uma Copa do Mundo. Receber um evento desse porte significa que o assunto vai permear a nossa sociedade, todos vão ficar informados. Isso gera uma repercussão muito grande, que vai acionar vários gatilhos, como o da própria cultura oceânica. Nossa juventude vai conseguir entender melhor o que está se passando quando se fala em preservação e uso sustentável do oceano”, diz Estefen.
A proposta de sediar o evento foi apresentada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – ao qual o INPO está vinculado – com apoio do Ministério das Relações Exteriores. O evento vai ser co-organizado pela COI e pela prefeitura do Rio de Janeiro. Segen Estefen afirma que o INPO tem muito a contribuir para a organização da conferência.
“O planejamento desse evento de grande porte é de extrema importância. São esperadas cerca de 2 mil pessoas. É claro que isso será feito pela COI, mas ela vai precisar do apoio local e um dos papéis do INPO é contribuir com esse apoio, para que a gente tenha um evento bem planejado, com os tópicos bem elencados e com convidados aptos a gerar contribuições e recomendações que resultem em políticas públicas”, explica o Diretor-Geral.
Liderado pelo MCTI, o Brasil foi o primeiro país a estabelecer um comitê nacional dedicado à Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, para coordenar ações e contribuições nacionais. Além disso, o país tem encabeçado iniciativas como a implementação do Currículo Azul nas escolas, evidenciando o engajamento brasileiro com a produção de Ciência Oceânica e formulação de políticas públicas voltadas para o ambiente marinho.
No comunicado oficial divulgado pela Unesco para a escolha do Brasil, o Secretário-Executivo da IOC-Unesco, Vidar Helgesen destacou o envolvimento do país com o tema.
“O Brasil, uma nação onde o oceano está profundamente enraizado em sua identidade, tem sido uma força motriz em cada etapa da implementação da Década do Oceano, estabelecendo uma referência global para que outros países sigam”, ressaltou Helgesen. Segundo o Secretário-Executivo, o Brasil lidera mais de 30 Ações da Década, que vão desde a promoção da igualdade de gênero e restauração de manguezais até a reutilização de redes fantasmas e o enfrentamento de microplásticos e toxinas marinhas.
Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável
A Década da Ciência Oceânica (2021 – 2030) foi proclamada pela Assembleia Geral da ONU, em 2017, e prevê a realização de conferências a cada três anos. A primeira foi organizada pela Alemanha, em 2021, de forma virtual e a segunda foi em 2024, na Espanha.
A organização do evento vai ao encontro do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 da Agenda 2030 da ONU – Vida na Água – que propõe a “conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”, segundo as Nações Unidas. A conferência tem a finalidade de reunir cientistas, formuladores de políticas públicas, sociedade civil e setor privado com o objetivo de gerar soluções para um oceano mais saudável e sustentável.
Sobre o INPO
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) é uma Organização Social vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Inteiramente dedicado à pesquisa e desenvolvimento do oceano, o Instituto conta com uma rede de cerca de 100 pesquisadores ligados às principais universidades e institutos de pesquisa do país.
Referência nacional sobre o tema oceano, o INPO tem como missão promover as ciências do mar viabilizando o enfrentamento dos desafios nacionais nessa área, incluindo as mudanças climáticas. Com base em conhecimento técnico-científico, o INPO contribui com subsídios científicos para formulação de políticas públicas para beneficiar a sociedade brasileira e ampliar o papel do Brasil no cenário internacional, em prol de um oceano sustentável.
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